sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Tristeza, confusão e dor. A Santíssima Trindade Reversa

Hoje a tristeza me assaltou ferozmente. Era tão implacável que oprimiu meu peito. Não que a histeria seja algo novo para mim, mas sempre me surpreendo. Me corpo tinha um peso enorme, na verdade uma resistência. Minha mente era um emaranhado de vozes indistinguíveis. Por que não se calam? Só me trazem confusão!

É impossível parar de pensar e sentir. Não há torpor, não há anestesia. Meu pensamentos se rebelam e nutrem os sentimentos mais indesejáveis. Este processo se mostra acumulativo e cativante. Meu cativeiro é a dor ou sinto-a por estar cativo?

Meus sentimentos gritam em um coro esquizofrênico. Já não é claro a origem, nem seu objetivo. Não saberia dizer o que melhoraria, o que apaziguaria este Carnaval macabro. Só posso visualizar dor e confusão. Arre impotência! Nada posso fazer, não sei quais são os lados dessa batalha. Não sei qual é o lado em que eu acredito. Nem ao menos sei pelo que cada lado batalha. Batalha? Será mesmo? Ou tão somente se misturam como em uma orgia de sentimentos e pensamentos. Não me vejo capaz de sair, pois não posso entender mais onde estou. Quando ficou tão confuso? Quando me tornei a própria dor? Serei agora um devoto desta religião? Dissemino-a inconscientemente?

Nada mais é lógico, mas tudo faz sentido.

Gostaria de me libertar, mas mesmo o choro me foi negado. A garganta treme, o peito infla, meu rosto cora, meu olhos se enchem d’água, e de repente tudo cessa. A tristeza se mostra soberana e tirânica. Procuro forjar minha saída. Sinto a água caindo sobre minha cabeça. Esta escorre por meu rosto e passa por baixo dos olhos. Por que não funciona? Por que não me é permitido o alívio? Será esta água o meu batismo? Para que vida renascerei?

Não vejo respostas, só tristeza, dor e confusão...

Ulises dos Anjos Carvalho

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