Ando drogado esses dias. Após meses de uma intensa queda de felicidade, cheguei ao ponto de perder toda a esperança e vislumbrar o fim, não mais uma sombra disforme, mas algo palpável e terrivelmente real.
Lutei contra o desespero com todas minhas forças. Não havia um dia sem dor. As lágrimas vinham até os olhos, mas graças à uma psique doente e masoquista, elas voltavam, não me dando o alívio do choro. As cores tinham-se ido, os sons não mais me ligavam ao mundo, me torturavam. Qualquer momento em que me encontrava sem atenção condicionada era sufocante e aterrador.
Aí veio a droga. Confesso que não fui eu quem a procurou, tão pouco a administrei. Porém, tive escolha, e aceitei de bom grado. Sei de suas possíveis conseqüências negativas, mas nada mais posso fazer. Ela está em minha mente, deixando-me feliz. Gera energia aos músculos, antes pesados e fracos. Torna minhas previsões otimistas. Devolve as cores e a música. Torna os momentos vazios em deliciosos momentos de reflexão. Quase abandono o blog, já que este surgiu como uma forma de lidar com esta dor, que por hora se foi. Voltou para as sombras.
Esta droga porém é muito perigosa, pois meu organismo não suporta seus efeitos negativos. Sei que estes podem nunca aparecer, mas se assim o fizerem não haverá nada que segurará minha queda.
Esta droga é a esperança que corre em minhas veias, em minha mente, em minha alma. Infelizmente a realidade, se não for mudada pode destruir seu efeitos e trazer como uma avalanche toda a tristeza, em dobro. Mas estarei sendo tolo se não aproveitar este bom momento. Se o pior acontecer, será definitivo, logo, não devo me ocupar previamente com isso. Viverei cada momento, e se a realidade respaldar a esperança, estarei livre, se não...só vivendo para saber.
Texto profundo... Estou toda arrepiada.
ResponderExcluirBjs, Chris.
Essa droga tem que ser inoculada em nossas veias para seguirmos adiante. Vivemos num vaivém de esperança e desesperança, do viver e não viver, do sim que é impregnado de nãos. Vinícius de Moraes ou Tom disseram numa música que o sim seria o descuido do não. A vida é uma grande ilusão? Certamente em alguns momentos; em outros temos a certeza que não. Gosto desse jogo de sins e nãos. Bom seu texto.
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